Todos sabem que os seres vivos respiram. Na verdade, a
respiração é uma propriedade de todos os seres até mesmo dos vegetais e dos
minerais. Se eu disser que o globo terrestre também respira, muitos poderão
achar estranho; todavia, a explanação que farei a seguir, tenho certeza de que
ninguém irá discordar.
O globo terrestre respira uma vez por ano. A expiração
inicia-se na Primavera e chega ao ponto culminante no Verão. O ar que ele
expira é quente, como no caso da respiração do homem, e isso se deve à
dispersão do seu próprio calor. Na Primavera essa dispersão é mais intensa, e
tudo começa a crescer; as folhas começam a brotar e até o homem se sente mais
leve. Com a chegada do Verão, as folhas tornam-se mais vigorosas e, atingindo o
clímax da expiração, o globo terrestre recomeça a inspirar; daí as folhas
principiarem a cair. Tudo toma, então, um sentido decrescente, e o próprio
homem fica mais austero. O outro ponto culminante é o Inverno. Essa é a imagem
da Natureza.
O ar expirado pelo globo terrestre é a energia espiritual do
solo, que a Ciência denomina Nitrogénio; graças a ele as plantas se
desenvolvem. O Nitrogénio sobe às camadas mais altas da atmosfera junto com a corrente de ar ascendente e lá se acumula, retornando ao solo com as chuvas.
Esse é o adubo da Natureza, à base do Nitrogénio. Por essa razão, é um erro
retirar o Nitrogénio do ar e utilizá-lo como adubo. É certo que com a aplicação
de adubo químico à base de Nitrogénio consegue-se o aumento da produção, mas
seu uso prolongado acarreta intoxicação e envelhecimento do solo, pois a força
deste diminui.
Como é do conhecimento geral, o adubo à base de Nitrogénio foi elaborado pela primeira vez na Alemanha, durante a Primeira Guerra Mundial.
No caso de ser necessário aumentar a produção de alimentos devido à guerra, ele
satisfaz o objectivo; entretanto, com o fim da guerra e o consequente retorno à
normalidade, seu uso deve ser suspenso.
Outro aspecto importante é o que diz respeito às manchas
solares, que desde a antiguidade têm servido de assunto para muitos debates. A
verdade é que essas manchas representam a respiração do Sol. Dizem que elas
aumentam de número de onze em onze anos, mas isso acontece porque a expiração
chegou ao ponto culminante. Com relação ao luar, considera-se que ele é o
reflexo da luz do Sol, mas convém saber que o Sol arde graças ao elemento água,
proveniente da Lua. Esta possui um ciclo de vinte e oito dias, e isso também
constitui o seu movimento de respiração.
Meishu-Sama, 5 de Setembro de 1948
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