Atualmente, a sociedade está repleta de males. Por toda a parte ocorrem factos desagradáveis, una após os outros; a intranquilidade das pessoas alcança o auge. É urgente, portanto, meditar muito, para encontrar a causa dos males sociais. de onde eles provêm? A quem responsabilizar?
Obviamente, a culpa não poderia deixar de ser da Religião, da Educação e da Política. A chave para a solução do problema é saber em que ponto está localizado o gravíssimo equívoco.
Em primeiro lugar tratarei da Religião.
Exceptuando o Cristianismo, as outras religiões tradicionais estão muito atrasadas. Inclusive o Budismo, que nasceu há mais de dois mil e seiscentos anos, visando o povo hindu, já não condiz com a nossa época, por mais importante que tenha sido Sakyamuni e por mais profundos que sejam os seus ensinamentos. Naturalmente, a situação é ainda mais grave com a sociedade japonesa actual. Os hindus daquela época faziam meditações diárias no interior das matas e liam milhares de livros sagrados para encontrarem a Verdade. Para os homens actuais, no entanto, que precisam de trabalhar da manhã à noite a fim de ganhar o pão de cada dia, isso é impraticável. É mesmo natural que, apesar de todos os seus esforços para se manterem activas, as religiões tradicionais nada conseguiam fazer além de proteger túmulos e lamentar a situação em que se encontram. Se elas se valem da assistência social como único meio para sobreviver, ninguém poderá negar que estão fora dos campos de actuação religiosa.
Quanto à Educação, também está muito distante do verdadeiro caminho. O seu real objectivo é formar homens íntegros, isto é, homens que façam da justiça o seu código de Fé e se esforcem para aumentar o bem-estar social, contribuindo para o progresso e a elevação da cultura. Na situação actual, porém, até mesmo os que se formam nas melhores escolas superiores praticam crimes e outras acções que prejudicam a sociedade. Urge fazer algo para modificar essas condições.
O maior erro da Educação é ser totalmente materialista. Estamos cansados de dizer que, se ela não evoluir juntamente com espiritualismo, não lhe será possível nem mesmo sonhar em atingir o seu verdadeiro objectivo. Entretanto, como esse erro vem de longa data, estamos conscientes de que enfrentaremos muitas dificuldade se tentarmos eliminá-lo bruscamente.
O ideal espiritualista é fazer reconhecer a existência do espírito, o que significa fazer reconhecer a existência de Deus. Sem isso, o espiritualismo não teria fundamento. Naturalmente a Religião encarregou-se disso até hoje, mas não obteve resultado visível, porque não havia uma religião com força suficiente para tanto. Nasceu, então, a nossa Igreja, dotada de força para fazer com que todos reconheçam o espiritualismo e com que a Religião e a Ciência caminhem lado a lado. Dessa forma, nascerá um mundo de eterna paz, onde todos poderão viver uma vida celestial. Se o progresso da cultura, por maior que ele seja, não promove, paralelamente, o aumento da felicidade, a culpa cabe ao próprio homem, que ficou preso apenas à cultura material. A Humanidade precisa perceber isso o quanto antes.
No que concerne à Política, a sua situação também é calamitosa. Tomarei por base exclusivamente a política japonesa, que, mesmo sob o domínio estrangeiro, é assaz medíocre. Sendo ela materialista, o seu conteúdo torna-se mais medíocre ainda. Podemos afirmar que não existem muitos políticos de visão ampla e que a maioria se restringe às tarefas do dia-a-dia. Isso acontece porque os seus espíritos estão maculados, de modo que, embora sejam políticos, eles não conseguirão, de maneira alguma, manter um desempenho desejável se não tiverem por base a Fé. Como as religiões tradicionais não têm força suficiente para modificá-los, a única solução é o aparecimento de uma religião nova e poderosa.
Meishu-Sama, 27 de Agosto de 1949
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