Já escrevi a respeito da necessidade de vencer o mal, dando
à expressão o sentido de não ser vencido pelo homem perverso. Agora falarei da
vitória sobre o mal que existe em nosso íntimo.
Dentro de cada ser humano há uma batalha constante entre o
bem e o mal. É a luta para subjugar as paixões do mundo, conforme a interpretação
budista.
A ambição humana é ilimitada. Embora o homem viva tentando
refrear-se em relação ao dinheiro, ao sexo, ao poder, à fama e ao egoísmo,
vê-se constantemente tentado por eles. A consciência lhe adverte que seja
prudente, que evite isto e aquilo que será castigado se for a determinado
lugar, etc. O campo de batalha desta luta sem trégua encontra-se no interior de
cada indivíduo.
A vitória do mal resulta em pecado e infelicidade; a vitória
do bem cria felicidade. É tudo tão simples e nítido quando examinamos a questão,
que parece fácil de praticar. Entretanto, mesmo com uma clara noção do assunto,
os homens não são capazes de triunfar na luta contra o mal, principalmente
quando não têm fé. Eis por que os fiéis mais esclarecidos pecam menos que os
outros. Mas, para isso, é necessário que eles façam um grande esforço.
Naturalmente, a força que nos arrasta à prática do mal
pertence ao Espírito Secundário, e a que nos conduz pelo caminho do bem, ao
Espírito Guardião. Como, além destes, temos o Espírito Primordial, que
determina o Absoluto Bem, precisamos fazer algo para aumentar-lhe o poder de
actuação, porque essa é a força que domina o mal pela raiz. Sendo assim, o único
recurso é adorar a Deus e solidificar a fé. Não existe outro meio para se obter
a felicidade.
Meishu-Sama, 20 de junho de 1951
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