Tudo, na vida humana, principalmente a nossa fé, tem de ser
versátil (“enten-katsudatsu”), livre e desimpedido (“jiyu-mugue”). “Enten”
significa “a roda gira”. Se a roda possui arestas, não pode girar. Com muita
razão se diz: “Aquela pessoa perdeu as arestas porque sofreu muito.”
Entretanto, mais do que possuir arestas, existem pessoas que
se assemelham ao “konpeito” (doce cheio de ângulos). Ao invés de rodarem, vivem
se enroscando em toda parte. Há outras que sofrem dentro do próprio molde por
elas criado, o que é desculpável, quando se limita a elas próprias; mas há quem
considere boa acção atormentar o próximo, encurralando-o dentro desse molde.
Os exemplos que citamos são característicos da fé “Shojo” e
não se limitam à Religião. A vida dessas pessoas cheira a mofo e causa náuseas.
“Jiyu-mugue” significa “não criar formas, normas e
mandamentos” e, por extensão, “ser completamente livre de todas as limitações”.
Devo lembrar-lhes que não se trata de egocentrismo, e sim, da liberdade que
respeita a liberdade alheia.
Sendo “Daijo”, a Fé Messiânica difere muito da fé “Shojo”,
cujos preceitos são tão rigorosos que ela própria não consegue cumpri-los. Eles
são cumpridos apenas superficialmente, não na sua essência. Essa duplicidade de
acção gera fracasso e, ao mesmo tempo, constitui um mal, porque dá origem à
hipocrisia. Assim sendo, as pessoas de fé “Shojo” são aparentemente boas, mas
interiormente ruins. Ao contrário, as de fé “Daijo” sentem-se mais livres,
alegres, sem necessidade de camuflagem, porque sabem respeitar a liberdade
humana; nelas, a hipocrisia não tem lugar. Esta é a verdadeira e grata Fé
Messiânica.
Em outras palavras, as pessoas de fé “Shojo” sofrem de mania
de grandeza, tornam-se megalomaníacas, porque caem, sem querer, na hipocrisia.
Isso as torna insuportáveis e antipáticas. Além disso, elas diminuem-se, ao
invés de engrandecer-se. Chamamos de “homem limitado” a esse tipo de pessoa.
Na ocasião de levantar alguma construção, por exemplo,
divirjo sempre do operário que se preocupa somente com a beleza exterior. Como
isso, de certo modo, causa má impressão, faço-o corrigir as suas falhas. O
mesmo se aplica aos homens. Os que procuram ser modestos, são sempre mais
respeitados, porque parecem mais nobres. Portanto, os que professam a nossa Fé,
devem tornar-se alvo de um respeito sincero.
Meishu-Sama, 20 de abril de 1949
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